quarta-feira, 5 de setembro de 2007

fragmentos


(...) no despertar de um momento não muito preciso, ela concebe-se livre e, em razão desse sentimento arrebatador que a engole por inteiro a seco, ela ciranda pelo contexto e pelos seres que a circundam, dando-lhes os irreverentes ombros sob a cumplicidade de um largo sorriso cravado no rosto inebriado de emoção (...) olhos abertos, muito abertos e vivos de um verde que se descobre vivo, livre e verde, ela serpenteia mazelas, entregando-se ao movimento envolvente de uma ciranda que a abraça com seus versos (...)
(imagem: unprofound.com/jim)

sábado, 1 de setembro de 2007

Instinto


O mundo a afronta. As pessoas a machucam com palavras perfuro-cortantes. Ela vela feridas em ânsia de cicatrizá-las na umidade de sua saliva. Despe-se de razões e sentimentos e emoções para melhor visualizar as marcas deixadas em corpo-esconderijo da alma em frangalhos. Mapeando feridas vivas de ardência, ela as cobre com o véu grosso do silêncio. Observa o mundo em movimento; as pessoas em atos e fatos. Refugia-se na barra da saia da solidão; busca fôlego e o tempo que sele feridas em pele e indeléveis.