sábado, 1 de setembro de 2007

Instinto


O mundo a afronta. As pessoas a machucam com palavras perfuro-cortantes. Ela vela feridas em ânsia de cicatrizá-las na umidade de sua saliva. Despe-se de razões e sentimentos e emoções para melhor visualizar as marcas deixadas em corpo-esconderijo da alma em frangalhos. Mapeando feridas vivas de ardência, ela as cobre com o véu grosso do silêncio. Observa o mundo em movimento; as pessoas em atos e fatos. Refugia-se na barra da saia da solidão; busca fôlego e o tempo que sele feridas em pele e indeléveis.

3 comentários:

Raiça Bomfim disse...

Palavras que buscam a crueza, que mergulham nas postas, nas cicatrizes e, de lá, mandam algum sinal que as revele... É ótimo ver essa investigação de si, essa declaração do que em si pulsa, Claudia!

E muito obrigada pelos comentários sempre tão doces.

Beijos.

Anônimo disse...

Claudia,
esta manhã andei passeando pelo seu blog. Bom passeio. Adorei! Que prosa interessante, bela, forte, poética...
Parabéns!
Abraço

Unknown disse...

Engraçado como seu texto diz de mim e do que ando a sentir. Seria bom te conhecer.