Perdeu a hora, o ônibus, o ganha pão. Engoliu o choro. Bebeu as desgraças. Reconheceu como sua a embriagada dignidade desmaiada no fundo da garrafa. Resgatou-a aos tropeços.
Eu lanço meu olhar desinteressado sobre palavras avulsas e solitárias. E na solidão de cada uma, logo eu as percebo em textura e tecido. E costuro o significado de uma palavra ao significado de outra. E as alinhavo em idéias e em algodão macio. E perpasso aos olhos- mesmo desinteressados- sentimentos sensíveis aos sentidos. E intrigo seres sensíveis e seus sentimentos a orbes. E transformo meu olhar inicial e a mim mesmo. Tecendo histórias, eu bordo o meu olhar.
Eu sou um alguém que se deixa envolver entre vielas de palavras e se olvida entre seus significados. Alguém que por meio de palavras aglutinadas em corpo único, delineado a próprio punho, se esboça ao fundo entre papel e grafite. Alguém que foge e se descobre e escapa e se desvenda e se expõe e se poupa e se exibe entre entrelinhas... Um alguém que através de suas palavras procura depurar seus próprios significados.
2 comentários:
Oi, moça!
olha eu aqui!
Muito bonita a sua página, os seus textos, a sua forma de ver as coisas... Um cheiro!!
Através dessa leitura, vi o desenrolar das cenas da história. Parabéns pelo desafio!
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